segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Quem está na chuva é para se molhar!


 Que o ambiente de trabalho não é o paraíso, todos sabem. Para alguns ele é como um purgatório, mas para muitos é como o inferno mesmo!
As pressões são constantes: tempo, recursos, qualidade, produtividade, expectativas, mercado, órgãos de regulamentação etc.
Mas, não são apenas essas pressões externas que levam ao estresse e ao sentimento de ansiedade e frustração.
Parece que as pressões internas fazem maior estrago pessoal.  Pesquisa global recente, realizada pela Delloitte Greenhouse Experience[i], em empresas diferentes de 120  países, mostra que, para 82% dos entrevistados, o medo de errar é considerada a principal fonte  para o estresse e a perda da qualidade de vida no trabalho, contra  a carga excessiva de horas, que ficou em segundo lugar, com 52%. 
Se você tivesse participado dessa pesquisa, faria parte desses 82%? Por que o medo de errar é tão estressante?
Cometer erros não é bom claro! Erros, quando ocorrem, geralmente vão se traduzir em desgastes e prejuízos pequenos ou grandes, financeiros ou morais, pessoais ou corporativos. Porém, como aprender, amadurecer profissionalmente, crescer na carreira e inovar sem considerar que o erro faz parte do caminho?

O medo do erro pode significar, de forma racional, consciência da realidade e de seus possíveis desdobramentos. E nesse caso, o profissional maduro procura se resguardar. Como? Compartilhando dúvidas e planejando as consequências, para diminuir o risco.
 No entanto, o medo excessivo, geralmente, esconde inconscientemente o “pavor” da rejeição, da desaprovação ou da autocrítica. Esse sentimento que tem raízes na infância, quando se mantém no adulto, provoca ansiedade, insegurança e necessidade de proteção. Assim, o profissional prefere manter-se na zona de conforto. Pensar ou sentir que falhou ou errou, é mais ou menos como se o chão se abrisse sob seus pés. Esse prefere nunca sair para a chuva!   E com isso, as oportunidades que se perdem, não prende a enfrentar crises e o que é pior, não desenvolve a autoconfiança.
Conhecimento, auto percepção de habilidades e dificuldades, vontade de aprender e mudar, orientação eficaz, são guarda-chuvas que ajudam o profissional a colocar o erro no lugar certo.
O que a empresa espera de qualquer profissional, é que quando um problema ocorrer, e ele vai ocorrer, ao invés do medo o profissional possa agir rápido  para consertá-lo e  assim,  diminuir o estrago.     





[i]  Revista Valor econômico 02/092016

2 comentários:

  1. Ricardo Luiz de Freitas13 de dezembro de 2016 às 04:27

    Excelente o texto! Já tenho 32 anos de trabalho. Hoje o que mais me incomoda no trabalho não são os meus erros, que existem claro, ou o medo deles acontecerem e eu ser exposto, mas os erros dos outros, principalmente Daqueles que tem a gestão de meu trabalho e me fazem errar.

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  2. O pior é que muitas vezes não se pode nem falar!

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