terça-feira, 10 de agosto de 2010

PERGUNTAR NÃO OFENDE! OU, OFENDE?

Desde que certo programa humorístico de TV usou esse mote para mostrar que a pergunta sobre aquilo que incomoda pode levar a uma situação desconcertante e de certa forma ofensiva, algumas perguntas se calam e deixam de ser feitas, mesmo que a gente esteja morrendo de vontade de fazê-las.
Nessas situações, nos autocensuramos com medo de que a pergunta possa ser recebida como uma ofensa ou mal interpretada pelo interlocutor , o que poderia levar a um confronto ou conflito, gerando perdas de amizades, amores ou de negócios.
Mas, na orientação de carreiras tenho percebido uma questão diferente. Alguns profissionais evitam se expor questionando a realidade e, essa atitude não é tomada pela preocupação com o interlocutor e sim, tentando se autoprotegerem.
São pessoas que pensam que, na era da informação e em mercados de trabalho altamente competitivos, perguntar sobre o que não conhecemos é sinal de fragilidade.
Para elas, perguntar vira uma ofensa não para o outro, mas para própria auto-estima. Como se idealizam como superhomens ou superprofissionais acham que têm que ter domínio de tudo que se refere ao seu segmento de negócio, e têm medo de se sentirem ridicularizados.
Com essa postura perdem oportunidades sociais e profissionais de abrirem sua visão de mundo. A curiosidade, as dúvidas e as inquietações quando colocadas para fora ampliam nossas possibilidades de conhecimento e atualização profissional.
Quem consegue, em contato com clientes, fornecedores, parceiros ou em reuniões com chefias ou colegas de outros setores, expor sua “ ignorância “ sobre um tema ou um conceito apresentado não perde a chance de descobrir sobre o que as pessoas estão discutindo ou falando.
Curiosidade, no momento e na medida corretos, pode ser um bom caminho de mostrar ao outro que temos interesse naquilo que ele está falando, que queremos entrar em sintonia com seus problemas e realidade e assim, ao invés de fechar portas, pode ao contrário passar uma atitude profissional positiva.
Perguntar não é sinal de “burrice” como temem alguns, mas sinal de vontade de aprender, de conhecer coisas novas.
Nós, adultos, devemos lembrar sempre que a criança pergunta o tempo todo e sobre tudo, sem censura, sem preocupar com que o outro pode estar achando. E assim, ela passa a compreender o mundo que a cerca.
Talvez, atualmente, não tenhamos mais a necessidade de perguntar se as bruxas existem. Mas, se em alguns momentos ficarmos na dúvida, por que não?