segunda-feira, 4 de março de 2013

Emprego ideal, onde?


Fui questionada por uma ex-aluna sobre o último artigo.  Ela disse ter ficado decepcionada pela sua proposta de se encarar o trabalho de  forma mais realista e menos idealista. Para ela o sonho e a ilusão fazem parte da vida e também da carreira  profissional,  que deve ser assim norteada.

Concordo com ela em parte. Sem a capacidade de sonhar não vamos a lugar nenhum. Mas percebo que existem dois tipos de idealização e ilusão: um que paralisa e outro que impulsiona. Ou melhor, existem duas formas de encarar a vida como ela é.  

 O sonho ou a idealização cumpre o papel de encobrir aquilo que nos falta na realidade. Assim ao deitarmos para uma boa noite de sono ficamos imaginando mil coisas: o que fazer com o prêmio da loteria, a viagem a ser realizada, a declaração de  amor que gostaríamos de ouvir... Esse é um sonho que relaxa e que ao mesmo  tempo dá uma sensação de felicidade. E como se fosse  uma descompressão  das  frustrações do dia a dia.

 Mas, existe uma idealização que é a negação da realidade. Isso é serve para nos  distanciar  de fontes potenciais de  decepção. Com ela evitamos os riscos emocionais  presentes na vida, profissional, familiar, afetiva e social.  Ora, qualquer trabalho é bom e ruim. Qualquer relacionamento é fonte de segurança e insegurança.

Existe sim, um trabalho melhor ou pior, de acordo com nossas expectativas e objetivos. A palavra chave aqui é equilíbrio.  Equilíbrio para avaliar o que pode ou não pesar negativamente em um determinado momento. Tem gente que abre mão de uma promoção que implica em mudança física, para não  prejudicar a faculdade. Tem gente que tolera tudo, menos a arrogância de um chefe.  É assim, cabe a cada um saber onde  colocar sua idealização, mas sempre de olho aberto para não cair na armadilha do autoengano.

Cultivar a fantasia de que apenas o prazer deve estar presente nas relações e experiências profissionais é uma atitude imatura. O ideal a ser buscado deve fazer  das   possibilidades do cotidiano  e não  ser algo  impossível!

Sonhar sem colocar um pé no realismo do mercado profissional,  fica mais pra  conto da carochinha do que pra planejamento de carreira!