Essa pergunta apareceu no primeiro capítulo
do livro “Faça Acontecer” de Sheryl Sandberg, que chegou ao mercado
recentemente, e que me fez refletir
sobre o medo na carreira profissional. Perguntei-me o que teria
feito de forma diferente se tivesse deixado o medo de lado em uma situação específica, no meu caso ter deixado a
psicologia para assumir a vontade
de me dedicar à pintura.
Ter medo é uma coisa natural. O medo é uma
sensação que estimula a autoproteção frente
a um provável perigo. É um sentimento
que prepara para um estado de alerta ou de fuga.
Na
carreira profissional o medo se manifesta na
maioria das vezes, não
relacionado a situações reais, como uma ameaça de demissão, mas normalmente vinculado a fantasias,
inseguranças, autocrítica e outros sentimentos imaginários.
Como
não tem a ver com situações reais torna-se mais difícil
controlar esse sentimento que pode tomar formas diversas de se expressar profissionalmente: apatia, desmotivação,
agressividade culpar terceiros da família ou da empresa.
Dessa forma, o profissional evita correr
riscos que poderiam resultar em ganhos. Renuncia ao que quer, mas vive constantemente uma
frustração pelo que não viveu, como se existisse uma sombra pairando permanentemente
sobre sua cabeça.
Lidar com o medo na vida profissional significa,
sobretudo, afastar pensamentos que
paralisam a ação de mudança, idealizar a
realidade, querer resultados imediatos, exigir autoperfeição e achar que vai
ser rejeitado se falhar, são exemplos de gatilhos internos que levam ao
medo do novo ou do desconhecido.
É bom lembrar que “errar é humano” e que
ninguém é bem sucedido o tempo todo. Quando vemos alguém bem posicionado
profissionalmente, imaginamos que sua carreira foi como uma escalada com picos
cada vez mais altos. Não vemos os riscos
e os tombos que ocorreram no caminho. Não vemos, que tiveram de lidar com o
medo e a insegurança e encarar a vida como ela é.
Não é a toa que a pergunta, que dá título a
esse artigo, abre o capítulo do livro que
traz
uma reflexão sobre a liderança. Essas
duas palavras andam juntas.
Quem se sente líder da própria vida consegue
dominar o medo e seguir em frente. Quem não consegue acreditar no seu potencial
prefere o conforto do conhecido, mesmo que isso signifique abrir mão do
sentimento de realização pessoal e profissional.
Portanto, imagine sem medo, o que estaria
fazendo agora, nesse momento, se não tivesse medo. Se sua resposta é muito
diferente do que está vivendo, é bom
refletir sobre o que está ganhando e perdendo com essa atitude.