terça-feira, 23 de novembro de 2010

10 anos.... 10 dias.... 10 minutos

O que dura mais? 10 anos, 10 dias ou 10 minutos?
O que provoca maior impacto na vida da gente? 10 anos, 10 dias ou 10 minutos?
Essas são perguntas que não têm respostas. Dez anos podem deslizar de forma imperceptível e dez minutos provocarem uma explosão na nossa vida.
Lembro-me de quando estava para me formar (e lá se vão 30 anos), um professor comentar em sala, que alguém só consegue saber se vai dar certo na profissão depois de 10 anos de formado. Durante muito tempo fiquei me perguntando porque essa marca dos dez anos, e hoje penso, que esse é um tempo razoável para abraçarmos de fato o mercado de trabalho e passarmos a compreender quanto é difícil avançarmos pessoal e profissionalmente. Isto é, dez anos de experiência nos capacita a ver de fato a vida profissional como ela é.
Acho que, nesse momento, para vocês, a alegria de comemorar os dez anos de formado deve estar se misturando com o sentimento de surpresa com percepção de que esse tempo passou sem pedir licença e sem perguntar se era nessa velocidade que queríamos.
Drummond em sua sensibilidade nos faz refletir quando em seu poema diz:
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.”

É por isso que comemorar é essencial: rever os amigos, resgatar sonhos e lembranças e principalmente, avaliar o que valeu a pena ou não durante esse tempo.
Se o balanço desses dez anos é positivo, com mais ganhos que perdas, ótimo, pois assim a gente recarrega a bateria para os próximos dez.
Se a balança está tendendo para menos ganhos ou avanços, ou ainda para dúvidas e ansiedades, ótimo também. Essa é uma oportunidade de refletir sobre as mudanças que precisamos fazer e levar a esperança ao limite da exaustão, como disse nosso poeta.
Dez anos é muito e é pouquíssimo ao mesmo tempo. Parece muito quando olhamos para traz e vemos tudo que já conquistamos. (Já imaginaram quantas pessoas novas, companheiros e filhos, agora fazem parte da turma?)
Mas, dez anos voam e é por isso, que desejo a vocês que nos próximos dez se renovem as possibilidades, as oportunidades e, sobretudo a vontade de viver com alegria e leveza, fazendo as pessoas de seu convívio-família,amigos e colegas de trabalho - também felizes.
Parabéns e sucesso!

10 anos.... 10 dias.... 10 minutos

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Pé na bunda, um passo a frente!

Outro dia, saindo de uma reunião em uma empresa escutei uma jovem executiva usando a expressão acima para mostrar seu sentimento frente à possibilidade de demissão em função de algumas mudanças internas que vêem ocorrendo em seu ambiente de trabalho. Achei graça de sua espontaneidade com uma situação que, em geral, causa angústia e medo.

Fiquei pensando como seria bom se a maioria dos profissionais pensasse assim. Com uma freqüência assustadora, encontramos pessoas nos ambientes corporativos insatisfeitas, frustradas e infelizes que não têm a coragem de assumir os riscos de mudar e viver uma nova experiência profissional. E, não estou falando de pessoas que estão próximas da aposentadoria, pois nesse caso teríamos uma explicação lógica, mas assim mesmo questionável.

Refiro-me a jovens profissionais, que estão de 10 a 15 anos no mercado de trabalho e que portanto, já carregam uma carga de aprendizagem e maturidade considerável, mas ainda com um longo caminho de conquistas pela frente. São profissionais que conseguem manter um desempenho adequado, porém, menos pela motivação e satisfação com o que fazem e mais, porque são jovens e estão cheios de energia vital.

Nestas pessoas, os sonhos de mudança ficam guardados para elas mesmas e, muitas vezes, não são compartilhados nem com os mais íntimos, porque acreditam que sentir frustração e uma vontade enorme de “chutar o balde” é sinal de imaturidade. Acham ainda que como estão abrindo mão da própria felicidade em função do trabalho, a empresa tem uma dívida de gratidão com elas, daí se sentem punidas e até mesmo traídas, quando são demitidas, mesmo por motivos contingenciais.

Pensar a demissão como a oportunidade de um passo a frente é privilégio de poucos. Isso é, de quem se conhece e sabe de suas potencialidades e fragilidades. De quem consegue identificar espaços onde possa se reconhecer, se desenvolver e encontrar a satisfação desejada. A satisfação, essa que só virá quando o profissional perceber na sua atividade, cargo ou no tipo de trabalho um significado pessoal. Identificar um objetivo, que não seja apenas ganhar dinheiro para sobreviver.

Vejo pessoas capacitadas, inteligentes e criativas que se contentam com muito pouco. Agarram a primeira oportunidade como se fosse à única possível. Racionalizam dizendo que não existe emprego ideal. E realmente, não existe mesmo. Mas, daí à acomodação, é cair em outra armadilha.