segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Pé na bunda, um passo a frente!

Outro dia, saindo de uma reunião em uma empresa escutei uma jovem executiva usando a expressão acima para mostrar seu sentimento frente à possibilidade de demissão em função de algumas mudanças internas que vêem ocorrendo em seu ambiente de trabalho. Achei graça de sua espontaneidade com uma situação que, em geral, causa angústia e medo.

Fiquei pensando como seria bom se a maioria dos profissionais pensasse assim. Com uma freqüência assustadora, encontramos pessoas nos ambientes corporativos insatisfeitas, frustradas e infelizes que não têm a coragem de assumir os riscos de mudar e viver uma nova experiência profissional. E, não estou falando de pessoas que estão próximas da aposentadoria, pois nesse caso teríamos uma explicação lógica, mas assim mesmo questionável.

Refiro-me a jovens profissionais, que estão de 10 a 15 anos no mercado de trabalho e que portanto, já carregam uma carga de aprendizagem e maturidade considerável, mas ainda com um longo caminho de conquistas pela frente. São profissionais que conseguem manter um desempenho adequado, porém, menos pela motivação e satisfação com o que fazem e mais, porque são jovens e estão cheios de energia vital.

Nestas pessoas, os sonhos de mudança ficam guardados para elas mesmas e, muitas vezes, não são compartilhados nem com os mais íntimos, porque acreditam que sentir frustração e uma vontade enorme de “chutar o balde” é sinal de imaturidade. Acham ainda que como estão abrindo mão da própria felicidade em função do trabalho, a empresa tem uma dívida de gratidão com elas, daí se sentem punidas e até mesmo traídas, quando são demitidas, mesmo por motivos contingenciais.

Pensar a demissão como a oportunidade de um passo a frente é privilégio de poucos. Isso é, de quem se conhece e sabe de suas potencialidades e fragilidades. De quem consegue identificar espaços onde possa se reconhecer, se desenvolver e encontrar a satisfação desejada. A satisfação, essa que só virá quando o profissional perceber na sua atividade, cargo ou no tipo de trabalho um significado pessoal. Identificar um objetivo, que não seja apenas ganhar dinheiro para sobreviver.

Vejo pessoas capacitadas, inteligentes e criativas que se contentam com muito pouco. Agarram a primeira oportunidade como se fosse à única possível. Racionalizam dizendo que não existe emprego ideal. E realmente, não existe mesmo. Mas, daí à acomodação, é cair em outra armadilha.

4 comentários:

  1. Sou uma pessoa que não tem medo de chutar o balde! Tanto que já fiz isso algumas vezes, e sou capaz de repetir se for preciso. Concordo que não se deve ter medo de arriscar, pois sem tentativa, não há realização! Abraços...

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  2. Toda oportunidade de mudança é tambem de crescimento,embora por vezes dolorosa.
    Abraços

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  3. Fui aluno seu Adm Fumec 2009 e seus textos tem me inspirado no inicio de minha carreira

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