quarta-feira, 2 de maio de 2012

Tesoura, pedra ou papel?
Quando criança, muitas vezes brincamos de tesoura, pedra e papel na esperança de conseguir ser o mais forte ou esperto frente ao outro. Nessa brincadeira, os atributos de cada um são bem definidos: a pedra é sempre mais forte que a tesoura, que corta o papel, que encobre a pedra. Ganhar no jogo significava incorporar um atributo capaz de superar o outro naquele momento, sabendo que na próxima rodada estaremos novamente expostos à fragilidade ou força do objeto escolhido. Na vida profissional, estamos o tempo todo “brincando” também de superar ou ganhar um jogo. E quem se dá melhor? No jogo empresarial as regras são implícitas e, muitas vezes, difíceis de serem assimiladas. Aqui, o papel pode se rasgar ao encobrir a pedra, a tesoura pode cortar uma pedra, feita apenas de fantasias, e o papel pode representar autoridade e poder, superando qualquer outro atributo. Isso porque o ambiente de trabalho é extremamente dinâmico, traz valores e significados diferentes para nossas potencialidades e fragilidades dependendo da situação ou momento vividos. Alguns profissionais se ressentem da necessidade constante de atenção e adaptação às mudanças, pois se percebem mais confortáveis com a estabilidade e a previsibilidade. A tendência a estabilidade e previsibilidade é uma reação emocional esperada ao ser humano. Qualquer mudança, em um primeiro momento, provoca dois sentimentos desagradáveis: medo e ansiedade. Portanto, naturalmente preferimos evitar viver a mudança para nos resguardar de possíveis dores. Claro, que passado o susto e a resistência iniciais é possível descobrir possibilidades infinitas. Mesmo com essa atitude reacional de medo e ansiedade, é preciso estarmos atentos aos movimentos do ambiente e como cada atributo seja de um colega, chefia, cliente, fornecedor se posiciona em relação às nossas próprias características, em um determinado momento. A relatividade das funções e atitudes profissionais é uma das características das organizações que mais deixa os profissionais inseguros e perplexos. Diariamente convivo com perguntas do tipo: Mas, ele foi contratado para ser tesoura, como não consegue cortar papel? E, como consultora, explico que apesar de parecer tesoura aquele profissional foi promovido, não para cortar, mas para não deixar papéis voarem. Ou ainda, que aquela profissional, apesar de não parecer, é uma pedra difícil de ser encoberta. No dia a dia de trabalho, o jogo entre o profissional e o ambiente requer atributos de cada um dos objetos da brincadeira infantil: temos que aprender a ser pedra, tesoura e papel. Pense nessa analogia para rever posicionamentos e expectativas profissionais