quarta-feira, 4 de julho de 2012

Relações profissionais no Divã

Você anda feliz e se sente confortável emocionalmente com seu ambiente de trabalho? Ou, a cada dia, se assusta com atitudes e reações psicológicas de chefias, colegas, subordinados, fornecedores e clientes. Se seguíssemos pelo caminho do pensamento lógico-racional esses transtornos psicológicos deveriam estar diminuindo sensivelmente e não aumentando, como vem ocorrendo. Afinal, os economistas dizem que o mercado de trabalho está aquecido e que as oportunidades estão aí para todos. Mas, os sintomas de que as relações estão doentes são evidentes. Nunca se falou tanto de assédio moral ou de atitudes que levam ao constrangimento e mal estar no ambiente de trabalho. Quase todos os profissionais têm relatos de experiências em que viram ou vivenciaram agressões verbais, ameaças, descontroles emocionais, ironias, fantasias persecutórias, vícios, reações narcisísticas, crises de ansiedades, alterações de humor, idéias obsessivas e mais uma dezena de inadequações. Por um lado, a forma como cada um leva a vida profissional e se relaciona com o outro está ligada a aspectos da personalidade, principalmente inconscientes. Algumas características pessoais negativas crônicas podem sair do controle dentro do ambiente de trabalho, Isso porque por outro lado, existem pressões e valores que permeiam as relações profissionais e que potencializam o surgimento desses transtornos psicológicos. Quem nunca percebeu um jogo político em que se vê um profissional menos capacitado conseguindo alguns privilégios e benefícios porque isso interessa a alguém? Quem nunca conviveu direta ou indiretamente com uma chefia prepotente que acredita que liderança se alcança pela desqualificação do outro? Algumas empresas incentivam competições doentias, traições e fofocas porque são gerenciadas por profissionais neuróticos que acreditam que felicidade e bem estar é preocupação de fracos. Além do Princípio do Prazer As relações profissionais pautam-se em somas e subtrações. Não se espera apenas alegria, respeito, harmonia e prazer no ambiente de trabalho. Mas se as subtrações estão com um peso maior é hora de rever expectativas e de desejos. Conviver com a neurose traz muito desgaste emocional, provoca desequilíbrio interno e contamina negativamente outras relações. Se você respondeu “não” à pergunta que dá início a essa reflexão, pense de onde vem o problema. Lembrando que uma atitude egocêntrica no outro é egoísmo, na gente é autoproteção; ou então que a agressão do outro é descontrole, a nossa é apenas um desabafo.