sexta-feira, 10 de abril de 2015

Estagiário aos 70?



O jornal a Folha de São Paulo de 22 de março passado trouxe uma reportagem, no caderno Mercado, que me chamou a atenção.  Nela mostra-se que um dos maiores e mais criativos publicitários brasileiros, com vários troféus ganhos na sua área de atuação está reinventando sua vida profissional aos 70 anos.
Através de um estágio na Google, Lewkowcz tem como objetivo atual, como diz a reportagem, navegar em uma nova cultura e se submeter a uma nova rotina e normas organizacionais. Mesmo contando com alguns privilégios, essa iniciativa mostra a possibilidade para qualquer profissional de se abrir a novas aprendizagens, mesmo que aparentemente isso possa significar um retrocesso.
Se aos 70 anos é possível arriscar novas experiências, porque não no início ou no meio da carreira? Será que Lewkowcz ficou preocupado com a turma jovem da empresa achar que ele tinha pirado ou que isso é um capricho de um profissional bem sucedido? Será que ele ficou preocupado com o que os outros estavam pensando ou, apenas com as enormes chances que se abriam para sua vida pessoal e profissional? Pensar demais nos outros paralisa  qualquer ação.
A falta de coragem para “estagiar” aos 30, 40 ou 50 anos significa não querer abrir mão de conquistas já realizadas, não querer arranhar sua imagem social ou simplesmente medo de ser criticado pelos outros.   
Lewkowcz não está sozinho nessa vontade de descobrir novas possibilidades, sempre. No mundo corporativo convivem vários tipos de profissionais: os mais velhos de cabeça aberta, os jovens de cabeça fechada, os jovens impulsivos e corajosos e os velhos acomodados e reclamões.
Cada um de nós pode escolher em que lado quer estar. Mas, quem resolve enfrentar os medos e colocar experiências renovadas em sua vida pessoal e profissional - experiências que significam aprendizagem, descobertas e autodesenvolvimento - descobrem com susto e alegria quantas aptidões e possibilidades estavam guardadas dentro deles. 
Qualquer mudança por menor que seja é ameaçadora. Mexe com medos e inseguranças infantis que trazemos guardadas no inconsciente. Não enfrentar a ansiedade e a angústia da mudança significa agir como uma criança assustada frente ao mundo.  E esse não é o melhor caminho para se lidar com a carreira profissional.   É como a imagem sugere! “A vida nos reserva mudanças” Que venham! Ou que como o estagiário de 70 anos,  que foi  ele mesmo busca-la.