O jornal a Folha de São Paulo de
22 de março passado trouxe uma reportagem, no caderno Mercado, que me chamou a
atenção. Nela mostra-se que um dos
maiores e mais criativos publicitários brasileiros, com vários troféus ganhos
na sua área de atuação está reinventando sua vida profissional aos 70 anos.
Através de um estágio na Google,
Lewkowcz tem como objetivo atual, como diz a reportagem, navegar em uma nova
cultura e se submeter a uma nova rotina e normas organizacionais. Mesmo contando
com alguns privilégios, essa iniciativa mostra a possibilidade para qualquer
profissional de se abrir a novas aprendizagens, mesmo que aparentemente isso
possa significar um retrocesso.
Se aos 70 anos é possível
arriscar novas experiências, porque não no início ou no meio da carreira? Será
que Lewkowcz ficou preocupado com a turma jovem da empresa achar que ele tinha
pirado ou que isso é um capricho de um profissional bem sucedido? Será que ele
ficou preocupado com o que os outros estavam pensando ou, apenas com as enormes
chances que se abriam para sua vida pessoal e profissional? Pensar demais nos
outros paralisa qualquer ação.
A falta de coragem para
“estagiar” aos 30, 40 ou 50 anos significa não querer abrir mão de conquistas
já realizadas, não querer arranhar sua imagem social ou simplesmente medo de
ser criticado pelos outros.
Lewkowcz não está sozinho nessa
vontade de descobrir novas possibilidades, sempre. No mundo corporativo
convivem vários tipos de profissionais: os mais velhos de cabeça aberta, os
jovens de cabeça fechada, os jovens impulsivos e corajosos e os velhos
acomodados e reclamões.
Cada um de nós pode escolher em
que lado quer estar. Mas, quem resolve enfrentar os medos e colocar
experiências renovadas em sua vida pessoal e profissional - experiências que
significam aprendizagem, descobertas e autodesenvolvimento - descobrem com
susto e alegria quantas aptidões e possibilidades estavam guardadas dentro
deles.
Qualquer mudança por menor que
seja é ameaçadora. Mexe com medos e inseguranças infantis que trazemos
guardadas no inconsciente. Não enfrentar a ansiedade e a angústia da mudança
significa agir como uma criança assustada frente ao mundo. E esse não é o melhor caminho para se lidar
com a carreira profissional. É como a
imagem sugere! “A vida nos reserva mudanças” Que venham! Ou que como o
estagiário de 70 anos, que foi ele mesmo busca-la.